Por Vanessa Vieira
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Fotografia: Vanessa Vieira |
Acordei no susto e percebi que o tempo estava passando rápido demais. No meio da manhã me dei conta de que há vida fora do meu mundo. Pulei da cama e comecei a pensar na bailarina de *Chico Buarque.
Era inconsciente, eu sei, na verdade eu pensava sobre mim, não na bailarina. Pensava sobre minha razão de ser, ou pelo menos de não "estar sendo". Enfiei-me na música e fui ver se me encontrava por lá, afinal, "procurando bem..." Pois me encontrei em um sinal permanentemente vermelho. Ali na linha do pensamento eu conseguia me enxergar tão bem que dava até medo.
Medo!? Era ele o sinal vermelho que me impedia de avançar. Estava ali! E como eu não consegui enxergar antes? "medo de subir, gente/ medo de cair, gente/ medo de vertigem/quem não tem?" E eu estava de novo pensando na bailarina.
Mas desta vez era mesmo na bailarina que eu pensava. Imaginava como é duro chegar à ponta, ou fazer um pas de deux, e por que não um o mais simples pliê? E se for assim complicado como sabemos que é, então, a bailarina também tem medo, também tem problemas, também tem vida!
E se temos vida, agora eu pensava em mim e na bailarina, podemos sim ficar parados em alguns sinais, mas temos que atentar para o momento em que ele fica verde. Esse é o momento de seguirmos em frente. Se perdemos essa chance ficaremos presos ali por sei lá mais quando tempo e infelizmente. E os carros são ferozes, querem a pista toda para eles.
Precisamos usar nosso tempo, dançar na faixa de segurança e mostrar para eles, quem quer que eles sejam, que somos mais e que podemos fazer o melhor. Que estamos ensaiando para isso e .principalmente. que vida é um grande balé.
Primeiro, **pisamos no chão com a ponta dos pés, depois, vamos mantendo a postura, amolecendo a cintura para enfim, tocar o céu com a palma da mão. O Balé da vida, precisa de muita dedicação e nela o professor dos professores é tempo. Temos que ter paciência e sabedoria para entender suas disciplinas.
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3 Comentários
Que lindo texto Van!! Você escreve muito bem! Amei!
ResponderExcluirE curto muito Palavra Cantada *-*
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Uma ótima reflexão, me lembrou de uma música do Lenine que fala sobre medo. :)
ResponderExcluirAmei.
Vanessa, adorei a analogia do balé com a vida. De nada entendo do balé, tampouco da vida, mas adorei as suas palavras, tu escreve muito bem!
ResponderExcluirE, do pouco que sei desta vida, sei que é realmente o tempo que nos faz perder o medo e avançar no sinal verde em vez de ficar observando o vermelho...
Um beijo!
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