Missão de Natal - Fê Friederick Jhones


A cada dia nos aproximamos mais e mais do Natal, as comemorações estão por todos os lados, inclusive aqui, no Blog, mas... Qual é o verdadeiro sentido do Natal? O que estamos deixando passar desapercebido? O que realmente é o espírito natalino? Sem mais delongas, estamos convidando todos vocês para lerem o conto Missão de Natal...

Bom, uma vez mais, queremos desejar a todos boas festas e que lembrem-se do real sentido do Natal. Desejamos uma boa leitura, e quem sabe, você não encontre inspiração para a sua missão natalina?



Missão de Natal...

Naquele fim de tarde o menino parecia inquieto, ia e voltava do quarto, sentava no sofá e depois ia para varanda. É claro que o pai já tinha perguntado, mas ele apenas balançava a cabeça negando qualquer problema. Parecia um homem em miniatura pensando em como resolver algo grave.

Na hora do jantar, os três reunidos à mesa estavam silenciosos. O pai começou a contar algo sobre o plantão e a mãe sobre a nova cantora de música romântica, tudo como sempre, a não ser o olhar perdido daquele pequeno de cabelos revoltos.

– Filho?

– Hum?

– Está tudo bem?

– Não sei, mãe.

Ele voltou a cortar um pedaço do tomate, que já se desfazia em cinco pedaços e provavelmente não seria comido. Os pais se entreolharam e foi a vez do pai tocar o braço do filho, que o fitou.

– Acho que pode nos contar. Algum problema na escola?

Ele negou com a cabeça.

– Com algum coleguinha?

Voltou a negar.

– Suas notas? As provas de fim de ano?

Novamente uma negativa, seguida por um suspiro de quem está muito cansado.

– Então o que houve Pedro? – quis saber Valerie.

– As pessoas não entendem o Natal.

O espanto tomou o rosto de Ricardo, que olhou para esposa, também surpresa. Pedro era o filho adotivo deles, haviam conhecido o garoto durante um dos plantões de Ricardo, ou Rico, que é pediatra. O menino enfrentava uma leucemia e logo a relação entre médico e paciente se tornou algo maior, Valerie, por sua vez, era a melhor amiga de Rico na época, mas os dois se apaixonaram, se casaram e adotaram Pedrinho que desde o início tinha se mostrado uma criança especial. Aquele seria o primeiro Natal deles como família e aquela ruga de preocupação na testa do menino os deixou surpresos e desconfortáveis, será que havia algo errado no modo como eles se comportavam? Será que eles estavam sendo péssimos pais e o garoto preferia passar o Natal no orfanato em que tinha crescido?

Rico foi o primeiro a recuperar a fala e tentar entender o que estava acontecendo, enquanto Valerie dava um generoso gole no suco de laranja. Ela estava ansiosa.

– Como assim não entendem?

Pedrinho levantou a cabeça e pelo olhar que ele deu ao pai, dava para perceber que era uma preocupação genuína. Ele se importava com aquilo.

– O que é o Natal, pai?

Rico soltou o garfo e foi sua vez de tomar um gole do suco. Aquela era uma pergunta fácil, não era? Ele coçou a nuca antes de começar a responder.

– Ah, o Natal é uma festa da família, reunimos aqueles que amamos e comemoramos por estarmos juntos.

Pedrinho pareceu murchar diante daquela resposta e seus ombros arriaram. Ele suspirou e voltou o olhar para a mãe.

– Mãe, a senhora acha que é isso também?

– Eu? É... – Pigarreou. – É um momento de fazer o bem, esse é o espírito do Natal, querido. Qual é exatamente o problema?

– É que todos vocês estão errados. Esqueceram o principal.

O menino com o rosto marcado por uma tristeza peculiar, levantou, deu a volta na mesa, beijou o pai, depois a mãe e disse que precisava dormir. É claro que não tinha comido quase nada, mas os pais relevaram, afinal, havia algo solene nos modos do Pedro naquele dia, havia inquietação naqueles olhos que eram sempre alegres. E como se os dois tivessem sido reprovados num teste, naquela noite foram dormir sem falar muito, apenas pensando: o que seria o principal?


Na manhã seguinte, Pedrinho estava completamente diferente. Ele acordou com um sorriso gigante e parecia novamente o garoto alegre de sempre, só com um brilho a mais no olhar.

– Vejo que dormiu bem – comentou Rico colocando leite para o filho.

– Muito bem. Cadê a mamãe?

– Está terminando de se arrumar. Sanduíche?

– Por favor.

A dinâmica matutina prosseguiu normal com Pedrinho falando sobre a partida de futebol de encerramento do ano letivo, Rico estava confuso com a mudança do humor do garoto, mas de certa forma aliviado. Talvez tivesse sido apenas um dia ruim. Quando Valerie se juntou aos dois para o café, Pedro curvou a cabeça por alguns segundos, os pais o fitaram sem entender. Quando ele tornou a olhar para eles, estava sorrindo.

– Tive um sonho bom.

– Ah, foi?

– Sim, mãe. E agora já sei o que farei nesse Natal.

Novamente lá estavam os dois adultos confusos com a conversa de uma criança.

– Como assim, o que fará?

Pedro respirou fundo e colocou seu sanduíche de lado. Parecia se preparar para um discurso. Rico sorriu.

– Lembra que eu disse que as pessoas confundem tudo no Natal?

– Sim, lembramos.

– Porque nada do que falam é a verdade. Não são os presentes, não existe Papai Noel, não é para estarmos em família.

– Então o senhor pode nos explicar? – Valerie estava encantada com o modo adulto com que ele dizia cada palavra, sentiu orgulho do filho.

– Claro. Ele me explicou no sonho.

– Ele?

Pedrinho levantou a mão.

– Calma, eu vou explicar tudinho.

Rico e Vale sorriram, deram as mãos e apenas ouviram. Não era a primeira vez que Pedrinho os surpreendia com alguma pérola de sabedoria, apesar de sua pouca idade. Mas eles não imaginavam o que estava por vir.

– O principal motivo do Natal, foi que alguém nasceu. E ninguém fala disso, então ontem quando a professora pediu que a gente pensasse na razão do Natal e meus colegas do time começaram a falar um monte de bobagens eu fiquei triste. Eu sabia que tava tudo errado, tudinho.

– E como você sabe que estava tudinho errado? – questionou Rico.

– Porque uma vez no Natal, uma mulher levou presentes pra gente no orfanato e ela contou que a verdade é que o Natal é o nascimento de Jesus.

– Sim, filho, nós sabemos – garantiu Valerie.

– E por que não disseram nada ontem?

O silêncio tomou a mesa. Rico e Valerie não sabiam responder aquilo, mas o nascimento de Jesus não foi a primeira coisa que pensaram quando Pedrinho falou do Natal. O garoto sorriu.

– Tudo bem, vocês não tem culpa. É que as pessoas esquecem mesmo o aniversário dele, mas ele perdoa todo mundo. Ele é bom.

O garoto sorria ainda mais, como se fosse possível.

– Está dizendo isso por quê?

Rico estava confuso com o rumo da conversa e sentindo um frio percorrer sua espinha. Havia algo no ar que não era possível identificar, um estremecimento apenas pelo sorriso e pela convicção das palavras daquele menino tão pequeno.

– Porque Jesus me explicou o Natal.

– Jesus???

Os dois falaram ao mesmo tempo. Pedro gargalhou.

– Sim. Eu sonhei com ele e conversamos um bocado. Ele é bem legal.

Valerie engoliu seco. Será que o menino tinha tido febre durante a noite? Ela encostou a mão na testa do garoto.

– Não estou com febre, mãe. Estou falando a verdade.

– Tudo bem, acreditamos em você – afirmou Rico. – Agora pode continuar, nos conte esse sonho.

– Foi tão simples, ele apenas sentou na minha cama comigo e me contou que eu tenho uma missão de Natal.

– Missão?

– Sim. Ele me explicou que as pessoas esquecem que ele nasceu, mas que ele ama todo mundo mesmo assim. Eu achei tão legal ele dizer isso. Afinal, se esquecessem meu aniversário, eu ficaria chateado. Ainda mais todo ano.

Rico engoliu em seco. Valerie apertou a mão do marido. O que estava acontecendo com o filho deles?

– Bom, o mais importante é que ele me disse que o Natal existe porque Deus quis dar um presente para todos. O presente foi Jesus. Foi como um presente de amor, sabe?

Os pais apenas assentiram, sem saber o que dizer.

– Deus ama todo mundo, deu Jesus pra mostrar isso e as pessoas esquecem. – Deu um sorriso triste pegou a mão da mãe e depois do pai, formando um triângulo em cima da mesa. – Mas eu não quero esquecer. E nem quero presentes, já ganhei o maior de todos. Jesus disse que é meu amigo.

Valerie não sabia o motivo de estar chorando, ela apenas sentiu seu coração transbordar de um tipo diferente de gratidão. Ela nunca tinha visto alguém falando do Natal de forma tão pura e tão honesta.

– E agora eu tenho uma missão de amor para o Natal.

– E seu novo amigo disse qual é essa missão? – perguntou Rico.

– Ele só disse que quando eu visse, ia saber.

O garoto soltou as mãos dos pais e voltou a comer seu sanduíche. Como de costume, ele surpreendia, depois agia naturalmente com o mesmo sorriso encorajador de quem conhece algum segredo.


O Natal seria dentro de três dias, quase 15 dias tinham se passado desde a estranha conversa sobre a missão de Natal e o garoto não tinha mais tocado no assunto. Era um domingo quente e os três voltavam da casa de Mônica e Jonas, um casal de amigos. A orla de Boa Viagem estava repleta de pessoas saindo da praia, Pedrinho estava olhando pela janela quando sentiu seu coração borbulhar.

– Pai!! Para!!!

Rico tomou um susto e freou o carro bruscamente, dando a sorte do carro de trás não estar muito próximo ou teria sido uma batida feia. Valerie virou para trás e Pedrinho continuava olhando pela janela.

– O que houve?

Ele não respondeu. Parecia concentrado com os olhos brilhando.

– Pedro! Responda, agora! Por que você me fez parar o carro tão depressa? Podíamos ter sofrido um acidente grave!

O menino virou para os pais com uma mistura de constrangimento e alegria. O que estava acontecendo com aquele garoto? Depois ele abriu um sorriso diferente, com uma satisfação que jamais tinha demonstrado.

– Encontrei minha missão.

Tirou o cinto e abriu a porta do carro. Valerie desceu, enquanto Rico foi procurar um vaga para estacionar. Ambos ainda confusos.

O menino parecia saber exatamente aonde ir. Foi até o semáforo e esperou ficar verde para os pedestres. Valerie seguia o filho de perto. Até que o menino parou. E foi quando ela viu, era um homem sujo e maltrapilho, sentado embaixo de uma arvora e parecendo dormir.

– Pedro – sussurrou. –Vamos embora.

– Não, mãe. É a minha missão de Natal.

Ela puxou o braço do menino, fazendo-o virar-se para ela.

– Vamos embora, isso é loucura.

Ele tocou o rosto da mãe com carinho. E sorriu.

– O que você acha que Jesus faria agora? Quero dar um presente a ele, mãe, é o aniversário dele.

Não havia dúvidas no rosto da criança e Valerie perdeu a fala por alguns instantes. O menino se soltou da mãe e seguiu para perto do homem, se abaixou, ficando agachado. Nessa hora, Rico chegou e tentou interferir, mas Valerie o segurou.

– Deixe que ele faça isso – murmurou para o marido.

– Mas é loucura.

– Nem sei mais.

Os dois ficaram de mãos dadas observando Pedrinho tocar o homem devagar.

– Oi, senhor.

O homem pareceu confuso ao abrir os olhos e ver uma criança sorrindo para ele. Sentou rapidamente, olhou para os dois adultos um pouco afastados e voltou a fitar o garoto.

– Oi, menino.

– Eu sou Pedro, muito prazer.

Pedrinho sentou ao chão, em frente ao homem e estendeu a mão. O homem ainda confuso com aquela cena, retribuiu o cumprimento do garoto.

– Sou o Emanuel.

– Bonito nome.

– O seu também.

– Está com fome, Emanuel?

O homem olhou em direção aos adultos que pareciam tão surpresos quanto ele.

– Aqueles são meus pais, Valerie e Ricardo.

Os dois se aproximaram e também estenderam a mão para cumprimentar Emanuel.

– E então? Quer comer?

Emanuel tirou o boné e coçou a cabeça.

– Ah, garoto, não precisa se preocupar, seus pais devem ter pressa.

– Eles estão bem. – Pedro lançou um sorriso e piscou para os pais, depois voltou a atenção para o homem. – Mas você ta com fome.

– Eu... Eu não comi muito hoje.

– Então vamos comer!

Pedro levantou e voltou a estender a mão para o homem.

– Mas...

– Temos um monte de comida em casa, minha mãe pode fazer um sanduíche pra você!

Os três adultos trocaram olhares. Parecia que era uma criança que estava definindo o rumo daquela tarde.

– Vamos, seu Emanuel. Ninguém pode ficar com fome tanto tempo.

O homem segurou a mão do menino, que seguiu em direção ao carro. Antes de entrarem, Rico chamou Pedrinho num canto.

– Filho, não podemos levar esse homem pra nossa casa. Nem sabemos quem ele é.

– Pai, o senhor acredita em Jesus?

Novamente Ricardo sentiu seu coração se apertar e ele engoliu em seco.

– Sim.

– Então vamos dar esse presente a ele, vamos cuidar desse homem. Ele tem fome, o senhor já passou fome?

Outro golpe duro. Ricardo vinha de uma família abastada, não tinha experimentado nada parecido com o que aquele estranho parecia viver. Rendeu-se ao olhar esperançoso do filho, temendo que fosse uma péssima ideia, mas levaram o homem para casa.

E aquele foi o domingo mais estranho que eles já tinham vivido. Quando chegaram ao apartamento, Pedro organizou tudo como um adulto. Depois de umas duas horas, o homem tinha tomado banho, feito a barba, vestia a roupa cedida por Ricardo e comia uma lasanha na bancada da cozinha.

– Pedrinho foi tomar banho – anunciou Valerie entrando na cozinha e se juntando ao marido e à visita inesperada. – Sente-se melhor, Emanuel?

– Ah, senhora! Fazia tempo que eu não comia uma coisa tão gostosa.

Ele secou os lábios com o guardanapo e sorriu sem jeito.

– Desculpe aceitar o convite, parece difícil dizer não ao menino.

Os dois riram.

– É, nós sabemos – afirmou Rico.

– Emanuel... Você mora nas ruas há muito tempo?

O homem, que parecia bem diferente depois de retirar toda sujeira, deixou os talheres de lado e fitou o rosto dos seus benfeitores. Havia dor e lembranças.

– Desculpe, não quis me intrometer...

– Tudo bem. Eu só estava lembrando.

– De que?

– Do meu último Natal.

Rico e Vale se calaram, deixando que Emanuel contasse sua história.

– Eu vejo vocês três e lembro que um dia tive algo assim. Família, casa, amor... Meu último Natal debaixo de um teto foi há oito anos – confessou com a voz embargada pelas lembranças dolorosas. – Minha esposa Janine fazia o melhor salpicão de frango. – Sorriu. – Minha sogra, Amélia, morava conosco e organizava uma bela ceia todos os anos. Naquele ano meus filhos, Linda e Júlio, tocaram a primeira música que tinham aprendido na escola de música. Não me lembro direito da letra, mas falava sobre milagre. Lembro-me de abraçar minha esposa e ouvir a melodia que Linda cantava e Júlio acompanhava no piano. Nós cinco tínhamos uma família perfeita. Eu não tinha pais, que morreram cedo, mas Amélia sempre me tratou como um filho, eu não tinha do que reclamar. Eu era grato. Eu era feliz. Só não fazia ideia de como tudo mudaria...

Ele abaixou a cabeça e Valerie segurou a mão dele por cima da mesa, Rico também colocou a mão em cima. Emanuel levantou a cabeça e deu um sorriso frágil.

– No Ano Novo íamos para casa de uns amigos em Goiana. O combinado era que todos nós viajaríamos no dia 30 bem cedo, para evitar o trânsito intenso do dia 31. Mas eu recebi um chamado do escritório, eu era advogado de uma grande empresa – explicou com o rosto contorcido de dor. – Disse que eles podiam ir sem mim, eu pegaria um ônibus assim que possível. Lembro-me dos olhos de Janine, aqueles chamados sempre aconteciam, sempre era urgente, ela ficou triste, mas como sempre compreendeu. Deu-me um beijo. Eu abracei minha sogra e meus dois filhos... E foi a última vez que vi minha família com vida.

Valerie arregalou os olhos, deixando uma lágrima escapar.

– Um caminhão, um buraco na estrada e toda minha vida se perdeu. Desejei voltar no tempo, queria estar naquele carro e morrer junto com eles. Porque mesmo que eu estivesse vivo, não tinha mais nada. Depois de um tempo comecei a me autodestruir, comecei a beber, faltar ao trabalho... Perdi aos poucos um pedaço de cada vez da minha antiga vida. Meu emprego, minha casa, meu dinheiro, não me sobrou nada. Nem os antigos amigos.

– Foi quando você foi pra rua?

Ele assentiu.
– Eu não tinha mais lar, nem motivação. Passei muitos anos me sentindo descrente de tudo. Mas alguma coisa mudou em mim nas últimas semanas.

– O que mudou? – quis saber Rico.

– Eu tive um sonho.

Valerie sentiu seu corpo estremecer.

– Sonhei com um homem e ele me dizia que me amava, que em breve um anjo mudaria minha vida.
Rico e Valerie estavam sem fala. Foi quando Pedro entrou na cozinha e sorriu ao ver os pais apertando as mãos daquele homem.

– E olha aí o anjo!

Na noite de Natal a casa de Mon e Jonas estava toda iluminada com luzes, havia uma grande árvore e embaixo muitos presentes. Todos os convidados tinham chegado, exceto Valerie com sua família. Ela tinha avisado que levariam um amigo. Quando chegaram, Mon recebeu a todos com o belo sorriso de sempre. Abraçou cada um e ao encontrar Emanuel sentiu um arrepio tomar-lhe o corpo.

– Esse é nosso amigo, Emanuel. Esta é Mônica, ou Mon.

Valerie os apresentou.

– Eu não te conheço?

Emanuel a cumprimentou sem jeito.

– Não sei, senhora. Mas obrigado por me receber esta noite.

Logo Jonas apareceu para receber os amigos e qual não foi a surpresa em seus olhos ao ver Emanuel.

– Emanuel!

– Jonas!

Os dois se abraçaram. Ainda confusos pela “coincidência” do reencontro.

– Vocês se conhecem? – Rico perguntou.

– Eu e o Emanuel fomos colegas de faculdade! Um brilhante estudante de direito, por sinal.

Emanuel parecia encabulado.

– O que anda fazendo? Como conheceu Valerie e Rico? Temos tanto que conversar.

Jonas puxou o velho colega para o lado a fim de ouvir sua longa e triste história. Pedrinho observava de longe, ainda sorrindo. Nem notou quando a mãe se aproximou.

– E então? Está feliz?

– Sim, mãe. Jesus ficou muito feliz com meu presente para ele.

– E eu estou muito feliz em ter um filho tão maravilhoso como você!

Eles se abraçaram ambos com suas emoções expostas. Na hora do brinde, Pedrinho sugeriu que cada um agradecesse por algum presente que tivesse recebido. Quando chegou a vez de Emanuel, ele estava emocionado, mas precisava dizer como se sentia.

– Se me perguntassem a alguns dias o que eu esperava para o Natal, eu diria que encontrar algumas sobras no dia seguinte seria um bom presente. Mas os planos de Deus pra mim era tão imensos que eu não fazia ideia. – Olhou para Pedro. – Num dia quente eu abri os olhos e vi o rosto daquele menino. Eu não sabia que ele era um pequeno anjo pronto para me amar, mesmo que eu fosse um estranho. Eu não entendia nada que estava acontecendo, mas eu fui amado e acolhido de uma forma que só Jesus faria. Pedrinho amou a um estranho e isso me salvou. Sou grato por ele ser amigo de Jesus e por me ensinar que também posso ser. O Natal deixou de ser apenas um feriado pra mim, ele se tornou a realidade de uma missão de amor que Cristo, o aniversariante dessa noite, fez por todos nós. Cristo é a missão de amor de Deus ao mundo. Que nós possamos fazer o mesmo pelos que nos cercam, assim como o Pedrinho entendeu sua missão, que possamos entender a nossa! Um brinde ao Pedro!

Todos levantaram as taças, mas Pedrinho interrompeu:

– Não! Um brinde a Jesus! O aniversário é dele.

E todos brindaram juntos, sentindo a atmosfera de amor se espalhar e talvez pela primeira vez entendendo a grandiosidade do Natal. A missão de amor ao mundo.








Título: Missão de Natal. 
Conto: Natalino.
Editora: Independente. 










 

Missão de Natal, um conto delicado, bonito, um conto escrito com carinho pela autora Fê Friederick Jhones para compartilharmos no nosso Natal, com vocês.

Obrigada ! Uma boa missão para todos. Nos conte se realizar alguma, por mais que possa parecer algo mínimo para você, pode mudar o dia... a vida de alguém. 

Missão do dia: sorria para alguém! <3 

Desejamos boas festas e até a próxima! 


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