Momento Inspirativo #4

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Ele estava parado na esquina. E minha cabeça fez uma viagem longa em questão dos segundos na qual demoraria para chegar, finalmente, ao seu encontro. Os cabelos escuros despenteados e o sorriso tão brilhante, que o sol ofuscado estava. Você não faz ideia da profundidade que tem aqueles olhos, porque se soubesse, sei que abandonaria qualquer bonitão de olhinhos claros por aqueles comuns olhos castanhos. 1,80 coberto pela camiseta rosa que fazia com que sua pele bronzeada ficasse ainda mais chamativa.

E sabe o pior? Eu conhecia o suficiente para perder a linha. Eu conhecia a matéria e conhecia mais que deveria do produto ofertado naquela feirinha que muita gente já quis estar. Que muita garota fazia filas semanais nas redes sociais e no telefone dele, atrás de uma dose daquele quase príncipe encantado. E eu queria então socá-lo por ser tão ele!


Ora pois, ele conseguia ser o cara mais apaixonante do mundo. Mas nenhuma delas teriam então conhecido suas crises existenciais, seus problemas familiares e o motivo de todo aquele ar misterioso e quieto que atraía tanto aquelas garotas. Eu conhecia. E era apesar de todos os pesares, pesos extremamente pesados, que eu continuava ali. Porque eu conhecia o cara aparentemente apaixonante, lindo e de estereótipo perfeitamente aceito, mas conhecia também todos os monstros que ele escondia por trás daquela carinha bonita. E era por isso que eu o queria.

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