Vamos falar de poesia!?
Hoje trouxe para vocês um poema de Luiza Barbosa. Atuante na cultura aqui na Cidade de Armação dos Búzios e uma pessoa que nos contagia com sua simplicidade e garra para colocar em prática ações e pensamentos, lutas!!! Obrigada pela oportunidade de conhecê-la Luiza!
Mas hoje é Domingo e não Sábado Vanessa!! Sim, eu sei. Mas não poderia esperar até a próxima semana. Diante dos tantos fatos que estamos vivenciando achei por bem começar a semana com esta reflexão que a Luisa nos traz sobre a vida, a sociedade sobre o próximo e, por que não, sobre nós! Tive o prazer de ouvi-la declamando este poema no Sarau Deckanto e não esqueci mais! Como gosto de compartilhar boas experiências, trouxe para vocês o poema "Menina"
MENINA
Por Luisa Barbosa
Não tem boneca, meu Deus do céu
Brinca com lixo, do Carnaval
Olha a menina, meu Deus do céu
Quer ser bonita, menina igual
Pinta com tinta, meu Deus do céu
Boca menina, que mau sinal...
Está sentada no meio fio, com seu papel
Desenha flores, desenha lírios, menina igual
Na sua volta não há meninas, meu Deus do céu
Só resto do fim do dia, do carnaval
Ela mora naquela marquise, meu Deus do céu
Ela dorme num papelão, desse natal
Na pele preta escorre o sangue, meu Deus do céu
Da sua luta do dia a dia, menina igual
Nem tão tarde vai ser mulher, meu Deus do céu
E todo mês uma agonia, que mau sinal.
Ao dormir tranca a vagina, tranca com fel
Mas seu corpo é de menina, mulher igual
Não demora, já vai ter filha, meu Deus do céu
Mais umazinha para viver, no seu quintal
Mas ela é menina ainda, meu Deus do céu
Juntando o brilho da fantasia, de carnaval.
Brinca com lixo, do Carnaval
Olha a menina, meu Deus do céu
Quer ser bonita, menina igual
Pinta com tinta, meu Deus do céu
Boca menina, que mau sinal...
Está sentada no meio fio, com seu papel
Desenha flores, desenha lírios, menina igual
Na sua volta não há meninas, meu Deus do céu
Só resto do fim do dia, do carnaval
Ela mora naquela marquise, meu Deus do céu
Ela dorme num papelão, desse natal
Na pele preta escorre o sangue, meu Deus do céu
Da sua luta do dia a dia, menina igual
Nem tão tarde vai ser mulher, meu Deus do céu
E todo mês uma agonia, que mau sinal.
Ao dormir tranca a vagina, tranca com fel
Mas seu corpo é de menina, mulher igual
Não demora, já vai ter filha, meu Deus do céu
Mais umazinha para viver, no seu quintal
Mas ela é menina ainda, meu Deus do céu
Juntando o brilho da fantasia, de carnaval.
Foto: Sebastião Salgado
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Um pouco mais sobre a Lu.
Luiza Pereira Barbosa - Doutora em sociologia pela Universidade Federal do Rio de Janeiro - UFRJ
(2014) com doutorado sanduíche em história contemporânea na
Universidade Nova de Lisboa e no International Institute of Social
History (2014). Possui graduação e licenciatura plena em ciências
sociais pela UFRJ (2008), mestrado em sociologia e antropologia pela
UFRJ (2010) . Atualmente é docente em sociologia no Colégio Estadual
João de Oliveira Botas e Colégio Municipal Paulo Freire (Armação dos
Búzios-RJ), pesquisadora no International Institute of Social History,
no Observatório para as Condições de Vida e colaboradora no Arquivo da
Memória Operária do Rio de Janeiro. Autora de "Justa Causa Pro Patrão"
(Multifoco, 2012) e "Navegar é preciso" (Multifoco, 2015). Tem
experiência de pesquisa nos seguintes temas: trabalho, indústria naval,
justiça, e, mais recentemente, educação e juventude. (Fonte: Plataforma Lattes)
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