Título: Trono de vidro
Autora: Sarah J. Maas
Editora: Galera Record
Ano: 2013
Número de páginas: 392
Autora: Sarah J. Maas
Editora: Galera Record
Ano: 2013
Número de páginas: 392
Resumo:"Nas sombrias e sujas minas de sal de Endovier, um jovem de 18 anos está cumprindo sua sentença. Celaena é uma assassina, e a melhor de Adarlan. Aprisionada e fraca, ela está quase perdendo as esperanças quando recebe uma proposta. Terá de volta sua liberdade se representar o príncipe de Adarlan em uma competição, lutando contra os mais habilidosos assassinos e larápios do reino. Endovier é uma sentença de morte, e cada duelo em Adarlan será para viver ou morrer. Mas se o preço é ser livre, ela está disposta a tudo." (Fonte: Livraria Cultura)
Celeane é a mais renomada assassina de Adarlan, com apenas dezoito anos de idade. Apesar de fazer jus à sua fama, a garota é vítima de uma cilada e acaba sendo capturada e levada para uma mina, onde passa um ano realizando trabalhos forçados. Certo dia, ninguém menos que o príncipe herdeiro aparece no campo de concentração e oferece a Celaena uma oportunidade única: se ela for sua campeã, numa competição organizada pelo rei, a coroa concederá à jovem sua liberdade. Não tinha como negar tal oferta, né? Recomeçam, assim, as aventuras da mais famosa assassina do reino.
Embora o livro não seja o mais perfeito possível, havendo, por exemplo, alguns clichês (como a vilã que deseja casar com o príncipe e um triângulo amoroso), Throne of Glass é uma leitura interessante. Há bastante ação e uma boa dose de mistério - o qual, é forçoso admitir, é fácil de se decifrar, mas mesmo assim concede uma atmosfera interessante à trama.
A personagem principal é, na minha opinião, o ponto forte do livro. Celaena é complexa e, muitas vezes, quase contraditória, mas as várias camadas de sua personalidade demonstram o quanto a psiquê humana pode ser complicada. O fato dela ser uma matadora profissional não a incapacitou de ser carinhosa com os animais, tampouco de se interessar por vestidos e livros. Celaena, aliás, demonstra o quanto é possível ser badass sem desvalorizar coisas e ideias socialmente aceitas como femininas. Não, não há nada de mal ou demeritório em gostar de vestidos, gente. É a sociedade patriarcal que nos faz menosprezar o "universo feminino", para melhor comandar as mulheres. Celaena parece perceber essa ideia e, através de sua personalidade multifacetada, nos mostra uma grande dose de girl (ou até girly) power.
Em contrapartida, vemos no livro uma sociedade machista e patriarcal, em que, por exemplo, cargos de poder são ocupados somente por homens e a maioria das mulheres é vista como frívola e superficial. Não me entendam mal, acho muito válido retratar a luta de uma mulher para vencer e ser bem-sucedida em meio a uma sociedade sexista. Isso, na verdade, até ressona com a história vivenciada por nós, aqui do outro lado das páginas do livro. Mas creio que, se uma história tem fadas, portais para outras dimensões e símbolos mágicos de poder, poderia também possuir uma boa dose de igualdade de gênero. Caso um dia eu venha a escrever uma obra de fantasia, irei criar uma sociedade igualitária e, assim, sonhar com um mundo não apenas mais mágico, mas também mais justo. Acredito, no entanto, que nos livros seguintes, Celaena vai tentar mudar a realidade na qual vive e lutar por várias formas de justiça. Assim espero.
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