E então, você se vê perdida. Quer apenas gritar. Deixar que as lágrimas escorram e simplesmente por elas escorrerem para fora da realidade. Há uma imensidão de coisas que caem sobre os ombros, e a base, nós mesmos, é fraca demais para suportar. Eu sou fraca demais. É como tentar controlar uma ventania, segurar uma tempestade, sorrir em meio a tamanha dor. Porque dói. A alma clama por socorro. As pessoas circundam, dia após dia, afundando-a cada vez mais com suas dores e cansaços, e raivas após raivas. Você tenta sorrir, tenta ouvir, tenta ajudar. Mas tudo termina igual, não? Você move o mundo, mas o primeiro deslize é o fim das eras. É o peso de uma resposta, de um olhar ruim, de comentários sórdidos, de amizades desfeitas. E a gente ainda leva a maré que somos nós mesmos. Eu sou uma avalanche toda, para ser sincera. Quer algo destrutivo para mim? Eu. Me desmonto, desconcerto, jogo-me ao chão. Quebro-me própria ao meio. Lanço-me à amargura, por conta própria e abraço a solidão. Só que é coisa demais. Pesa ao ponto de que eu queria, de alguma forma, poder gritar. Mas eu tenho medo de incomodar as pessoas que estão a minha volta. Eu tento não causar estrago, me estragando inteira.
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