Título: O maior show do mundo.
Autor: A. R. Miranda.
Editora: Independente.
Ano: 2017.
Páginas: 247
ISBN: B076GN713P
Sinopse
Uma casa. Trinta e seis câmeras. Doze participantes. E se não houvesse limites? Conheça o reality show mais surpreendente da TV. Os bastidores de um jogo perigoso, cheio de mistério e emoção. Não há favoritos no maior show do mundo. Não perca!
Meus caros, iniciarei expressando que, este livro, o qual venho resenhar para vocês, é tipicamente aquele que te faz abandonar os milhares de afazeres do final de semana, para simplesmente concluir a leitura. Ao menos, comigo foi assim...
Trabalhos de faculdade? Afazeres domésticos? Vida social? Tudo reduzido a zero em virtude da ansiedade de concluir essa trama eletrizante, o qual, garanto, vale muito a pena conhecer.
Não é um livro cansativo. Aliás, somos presos exatamente pelo falto da simplicidade e facilidade que o livro se molda, em que, em usos de termos que até poderiam soar mais difíceis para entendimento, o autor, inteligentemente, traz os significados como nota de rodapé (senti vontade de lisonjear em parabéns pela genialidade dessa característica específica da obra!)
A história retrata a situação dentro e em volta de um reality show chamado De olho em você, onde doze participantes são confinados em uma casa, em busca de um prêmio milionário.
Tudo perfeitamente aos moldes padrões de reality show's dessa espécie até que, inesperadamente, alguém é assassinado na casa. E o pior: ninguém viu ou sabe o que aconteceu.
Como se já não fosse totalmente fora dos padrões, a tensão começa a surgir quando vão acontecendo mais e mais mortes, tornando-se, então, um jogo de sobrevivência e investigação. Afinal: Quem poderá ser a próxima vítima? Quem está cometendo esses assassinatos? Qual a motivação?
Praguejou contra si mesmo. Chamou um dos paramédicos que tentava entender o que havia.
- Água sanitária, amoníaco e sabão. Levem os dois para desintoxicação. Rápido!
Particularmente, a trama no início, me deixou bem confusa quanto quem poderia ser o assassino. De meados para o fim, começa-se a moldar quem poderá ser, finalizando em, ainda, desfechos distintos que poderiam surgir. Eu, de certa forma, duvidava entre dois personagens durante toda a história, mas não imaginava sequer como o autor posicionaria e motivaria os assassinatos. Confirmo para vocês que, incrivelmente, ele consegue desfechar o enrendo de um jeito muito bem construído e dinâmico, diferente do que eu, como leitora, poderia esperar.
Acredito que é ainda mais interessante salientar que além à temática central, temos pontos significativos que são propostos em todo o desenrolar da obra.
Primeiramente que somos colocados na vida dos personagens, com seus dilemas e erros, em especial na vida do jovem diretor do reality, a quem chamam de Valtinho.
Valter é tipicamente aquele personagem mulherengo, que batalhou para chegar no cargo o qual ocupa e que apaixonar-se-á perdidamente por uma jovem, de nome Erica, a quem torna-se grande aliada nos diversos problemas o qual ele passará a enfrentar e todos os perigos que surgirão na sua vida.
Ressalto aqui que, sim, a vida do diretor do Reality, a quem eu apontaria como protagonista, torna-se um verdadeiro inferno (conforme termos populares), em que ele vê-se envolvido em uma tremenda disputa por poder e sua veemente busca pela justiça e pela solução dos casos, envolvido em um verdadeiro caos aparentemente sem solução.
Desta vez, Valtinho não estava animado. Longe disso. Desabou na cadeira ao lado do diretor de imagens.
- Fala, Bamba.
- E aí?
- Já teve a sensação de que seu mundo está ruindo aos poucos e você não vai saber segurar?
Evidentemente, não poderia deixar de pautar os pontos de caráter sociais e até críticos o qual o autor brilhantemente inclui na trama: o famoso jogo de poder.
O celular de Doutor Pedro tocou.
- É ele. Vou colocar no viva-voz - apertou o botão - Miroslan! Há quanto tempo, rapaz!
- Feliz em ouvir sua voz, Doutor Pedro!
- Como vai nossa querida Brasília?
O grande embate da trama recaí-se pela "briga" de poder e por audiência pelos donos das emissoras fictícias criadas pela trama. Pondo-se por tão perigoso quanto o jogo "assassino" que desenvolve-se dentro da casa do Reality, fora dela, a luta por quem domina o "palco" televisivo e o maior índice de audiência transforma-se em uma verdadeira disputa mortal, sem regras ou limites, em que vale-se de tudo pelo poder, em uso de violência, apoios de governantes e pessoas influentes, e, até mesmo, de "golpes baixos" e atentados à vidas.
Como dito, além de ser eletrizante e nos aprisionar em seu enredo, a obra vai além, salientando o quão longe pode-se levar uma disputa por dinheiro e poder, e ainda, a minimização da vida perante à busca egoísta e fútil por uma "conta bancária dos sonhos". Te faz repensar sobre o que realmente vale a pena, o que é mais valido no mundo e o que a fama pode trazer (ou tirar).
Não há indicação melhor...
Leiam e se apaixonem por essa história.
Beijos, Vanessa.
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