Crônica: Aquele susto

Há algum tempo eu tinha reuniões regulares com a terapeuta. E por conta de muitas questões quase sempre o meu horário era o primeiro na parte da tarde para a noite. Neste período a psicóloga se deslocava de outro município para o atendimento. Então chegávamos praticamente juntas e, às vezes, eu esperava entre um acerto e outro para o início de nossa conversa. 

Certa vez, estava eu divagando sobre as minhas questões quando ouvi seu celular tocar. Parei de falar e ao mesmo tempo notei que ela tinha tomado um susto tremendo com o toque do telefone. Fiquei intrigada com aquilo! Não pelo celular ter tocado, afinal entre uma coisa e outra era normal que isso fosse esquecido. Minha grande questão girava em torno do susto. A pergunta que não calava em minha mente era: "Como alguém consegue se assustar com o toque do próprio telefone?'

Passaram-se alguns meses, depois anos. E esta situação se repetiu umas duas ou três vezes. Confesso que eu tinha que me conter para não dar uma gargalha do susto que ela ainda levava com aquele toque. A reação dela era engraçada por demais! 

Nos separamos, porque a vida foi mudando. E é assim que as coisas acontecem. Mas, há algumas semanas eu estava aqui lendo e pensando sobre uns assuntos quando meu celular tocou. E, hora vejam!!!  sim! Eu dei um pulo da cadeira e meu coração quase saiu pela boca. O mais engraçado?  Na mesma hora eu lembrei daquela situação  com a terapeuta. E pensei... Quem nunca?

Até breve!