Lidando com a dor.

Pixabay imagens

 

Perder é um verbo que ocupa nossos dicionários e também uma palavra que a maioria das pessoas não suporta e nem quer por perto, pois conhecem o tamanho dos estragos que ela produz. 

A vida vai nos ensinando, aos poucos, que existem vários níveis de perdas. Umas são leves, outras mais dolorosas e há aquelas que dilaceram a vida. Para cada um desses níveis há um comportamento social esperado ou ainda, acordado entre nós, que seja normal. 

Então, se perdemos algum objeto, parece-nos comum irar-nos diante do ocorrido, É comum ainda, alterarmos a voz quando estamos no meio de uma competição esportiva, mesmo que seja para torcer pelo nosso time que não está em um bom dia... Também é normal, derramarmos lágrimas quando alguma situação triste acontece conosco ou com alguém que nos é próximo. 

O choro, na maioria das vezes, está presente em situações de perda. Na verdade, socialmente ele é o comportamento mais aceito e "esperado" nessas ocasiões, principalmente quando o fato é por demais doloroso... 

Tenho observado, porém, que embora geralmente os comportamentos sejam comuns, em algumas pessoas, a perda pode gerar dormência. Uma espécie de congelamento dos sentidos. Neste caso o indivíduo não tende nem para a tristeza, nem para a alegria (declarados). Ele sabe que existe dentro de si, um sentimento, mas não consegue categorizá-lo. 

Nada há de estranho nisso, salvo quando o fato é socialmente triste ao extremo e o indivíduo se culpa por viver a tristeza, nos modos que a sociedade lhe “exige”. 

Acredito que essa “dormência” seja um tipo de proteção criada pelo subconsciente. Assim, a dor vai chegando gradualmente e, sem causar estragos, possibilita ao indivíduo a compreensão dos fatos que lhe ocorreram ou ainda ocorrem. Bloqueia-se a dor, porque não é possível compreendê-la.

 

Até Breve, 

Vanessa Vieira